Estamos no mês da campanha Setembro Amarelo que trata sobre a prevenção do suicídio, mas você sabe do que se trata e como pode ajudar alguém nessa situação?
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.
Está associado a vários fatores de risco, incluindo socioculturais, genéticos, filosófico existenciais e ambientais e é a 4º maior causa de morte entre adultos, jovens e adolescentes. No Brasil 32 pessoas cometem suicídio por dia, totalizando cerca de 12 mil suicídios por ano.
A cor amarela da campanha simboliza a esperança, mas ela foi inicialmente adotada em homenagem Mike Emme. O jovem americano tinha um Mustang amarelo, mas se suicidou com apenas 17 anos de idade. Cartões com fitas amarelas foram entregues no dia do seu funeral com a mensagem:
“Se você precisar, peça ajuda”.
😵 Fatores que podem funcionar como proteção para a pessoa que tem pensamentos suicidas
Ter suporte familiar
Manter suas relações próximas de amizade
Alimentar alguma crença espiritual ou religiosa
Cultivar o sentimento de utilidade social
Cuidar da saúde física e financeira
😵 Fique atento a comentários que muitas vezes são ignorados
“Vou desaparecer”
“Vou deixar vocês em paz”.
“Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”.
“É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”.
😵 Transtornos mentais mais associados ao suicídio
Depressão
Transtorno do humor bipolar
Dependência de álcool e de outras drogas psicoativas.
😵 Outros fatores associados
Uso de álcool e outras drogas
Desesperança e desespero: busca de sentido existencial, razão para viver, falta de habilidade de resolução de problemas
Isolamento social, ausência de amigos íntimos
Possuir acesso a meios letais
Impulsividade
😵 8 Sinais de alerta que podem salvar a vida de uma pessoa
1: Quando perceber que uma pessoa não demonstra mais interesse por coisas que gostava anteriormente
2: Apresentar comportamento retraído, com dificuldades de se relacionar com amigos e familiares
3: Remoer pensamentos de forma obsessiva e sem conseguir parar
4: Desesperança, solidão, impotência e falta de significado na vida
5: Irritabilidade, pessimismo e apatia
6: Alterações extremas de humor, como excesso de raiva, vingança, ansiedade, irritabilidade, pessimismo, apatia e sentimentos intensos de culpa ou vergonha
7: Ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, de comportamento, personalidade, de humor etc
8: Falar sobre morte ou suicídio, querer concluir afazeres pessoais e profissionais, doar pertences, visitar vários entes queridos de uma só vez, escrever um testamento, escrever cartas de despedida
😵 Como ajudar uma pessoa sob risco de suicídio?
1: É importante identificar os sinais e não tratar as lamentações da pessoa como “drama” ou “exageros”. O contato inicial é muito importante, mas deve ser feito de forma adequada!
2: Falar de forma carinhosa e sem julgamentos, ouvir com atenção e se mostrar interessado com a conversa.
3: Falar sobre o assunto, sem medos e tabus.
4: Ter empatia, paciência e demonstrar preocupação, cuidado e afeto.
Conversar com amigos e familiares da pessoa e se manter ao lado dela para ajuda e apoio
5: Procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles
6: Não esperar a pessoa dizer que quer se matar para buscar ajuda. É preciso estar atento aos sinais de alerta e levar a situação a sério
7: Ligando para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 188
8: Ir atrás das unidades e profissionais da saúde
9: Participar de grupos de apoio.
😵 O que fazer diante de uma pessoa sob risco de suicídio
1: Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa.
2: Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.
Incentive a pessoa a procurar ajuda de um profissional, como um médico, profissional de saúde mental, conselheiro ou assistente social. Ofereça-se para acompanhá-la a uma consulta.
3: Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha.
Procure ajuda de profissionais de serviços de emergência, um serviço telefônico de atendimentos a crises, um profissional de saúde, ou consulte algum familiar dessa pessoa.
4: Se a pessoa que com quem você está preocupado (a) vive com você, assegure-se de que ele (a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
5: Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo
😵 O que NÃO fazer diante de uma pessoa sob risco de suicídio
Condenar/ julgar
“Isso é covardia ”.
“É loucura”.
“É fraqueza”.
Banalizar
“É por isso que quer morrer?
Já passei por coisas bem piores e não me matei”.
Opinar
“Você quer chamar a atenção”.
“Te falta Deus”.
“Isso é falta de vergonha na cara”.
Dar sermão
“Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente”.
Frases de incentivo
“Levanta a cabeça, deixa disso”.
“Pense positivo”.
“A vida é boa”.
😵 Mitos e verdades sobre o suicídio
Mito 1: O suicídio não pode ser prevenido
Reconhecer os sinais de alerta e oferecer apoio ajudam a prevenir o suicídio.
Mito 2: O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio.
Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio.
O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio.
Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
Mito 3: A pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa.
Em geral, os suicídios são premeditados, e as pessoas dão sinais de suas intenções.
Mito 4: Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida
O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.
Mito 5: As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção.
A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
A expressão do desejo suicida nunca deve ser interpretada como simples ameaça ou chantagem emocional.
Mito 6: Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo.
Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
Mito 7: Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco.
Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
Mito 8: É proibido que a mídia aborde o tema suicídio.
A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda etc.
Mito 9: O suicídio é hereditário
Nem todos os suicídios estão associados a outros casos de suicídio na família
😵 Telefones úteis
Centro de valorização da vida: 188
Samu: 192
Procure imediatamente atendimento médico em caso de pensamentos e/ou comportamento suicida.