Com quase dois anos desde o primeiro caso de COVID-19, o tempo que ficamos em casa e com o avanço da vacinação do país, e a consequente redução do número de casos e óbitos causados pela doença, já é possível traçar um cenário de retorno ao local de trabalho, ainda que em poucos dias da semana . Porém, após tantas mudanças, novas incertezas se espalharam na cabeça dos colaboradores: o que acontecerá com essa volta?
Quase todos os países desenvolvidos que vacinaram grande parte de sua população começaram a retomar o trabalho presencial. No Brasil, embora ainda não tenhamos atingido o nível de vacinação de países como Israel, Estados Unidos e Alemanha, a organização já começou a se mobilizar e retornar ao escritório. Alguns até voltaram.
Dados internacionais mostram que pelo menos 20% dos funcionários sofrem com o chamado FOGO, sigla em inglês para fear of going out, ou em português, medo de sair de casa. Desde o início da pandemia, a maioria das pessoas passou por muitas experiências: sentir-se solitária devido ao isolamento social, luto pela morte de familiares e amigos, dificuldades financeiras, crianças recebendo educação virtual e medo de contrair Covid-19. Tudo isso levou a um aumento dramático de três problemas de saúde mental: depressão, ansiedade e consumo de álcool.
Por outro lado, trabalhar em home office dá a maioria de nós uma sensação de segurança, ou seja, poder terminar o trabalho sem nos preocupar com os riscos de estar em um ambiente muitas vezes lotado de escritórios e colegas. Como lidar com quem tem medo de voltar à forma original, ou seja, ao trabalho presencial?
Além disso, muitas pessoas precisam voltar ao trânsito para ir trabalhar, assim como a dificuldade de administrar o dia a dia dos filhos. Houve discussões sobre a retomada dos cursos presenciais de educação pública em agosto. Mas essas crianças estarão protegidas porque a vacinação não atingiu uma faixa etária mais jovem? Como lidar com os medos desses pais? Esta é realmente uma situação desafiadora para as organizações e espera-se que a comunicação com os funcionários se torne mais importante. As informações das organizações sobre protocolos de segurança e possíveis novos modelos de trabalho estão mais claras do que nunca. É muito importante que os funcionários sintam que o líder está ouvindo.
Muitas vezes, é muito difícil para quem sofre está tendo dificuldades, entender o que está acontecendo ou se abrir. Afinal, existe um estigma muito grande em torno desse assunto. Por isso, mais um motivo para o setor de RH estar atento ao seu quadro de funcionários a fim de detectar pequenos sinais.
Por isso, algumas dicas que podem ajudar a identificar e ajudar esses profissionais são:
Mudanças Comportamentais: Quando detectar uma queda importante de performance entre os colaboradores, marque um papo com ele para entender o que está acontecendo.
Delegue tarefas: Inclua treinamentos de saúde para os profissionais e capacite os líderes de equipe. Assim, será mais fácil para eles reconhecerem alguns sinais como irritabilidade e falta de motivação.
Bate papo informal nas pausas: O cantinho do café ou a copa são ambientes excelentes para ter uma conversa mais aberta com colaboradores ansiosos. Pratique a comunicação amigável e a empatia para essa abordagem, que deve ser humana e não calculada.
De modo geral, podemos dizer que é muito mais seguro voltar ao trabalho presencial hoje do que há seis meses, por exemplo.Mesmo assim, é essencial continuar tomando todas as medidas de prevenção. Distanciamento de 1,5 m entre as pessoas, janelas abertas para deixar o local bem arejado, manter as mãos higienizadas assim como as superfícies com álcool em gel ou água e sabão e uso de máscaras.