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A sepse, mais conhecida por infecção generalizada, é uma série de manifestações graves do organismo causadas por uma infecção bacteriana, viral ou fúngica, que acaba dificultando o pleno funcionamento do corpo, podendo levar à morte.
Uma infecção pode se limitar somente ao órgão afetado. Na sepse, no entanto, todo o organismo apresenta uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção, o que chamamos de resposta sistêmica. Essa resposta é capaz de comprometer o funcionamento de vários órgãos do paciente, evoluindo para um quadro conhecido como disfunção ou falência de múltiplos órgãos.
A condição é responsável por pelo menos 11 milhões de mortes ao ano em todo o mundo. De acordo com o relatório global sobre sepse da Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrem a cada ano 49 milhões de casos de sepse, sendo aproximadamente a metade em crianças, o que resulta em 2,9 milhões de mortes. A maioria dessas mortes, segundo a OMS, poderia ser evitada por meio de um diagnóstico precoce e um manejo clínico adequado.
O relatório da OMS ainda revela que a sepse frequentemente resulta de infecções adquiridas em ambientes de saúde. Quase metade (49%) dos pacientes com sepse em unidades de terapia intensiva (UTI) adquiriu a infecção no hospital. A OMS estima que 27% das pessoas com sepse em hospitais e 42% das pessoas em UTI’s perderão a vida. Causas
Embora qualquer tipo de infecção localizada que não é tratada possa evoluir para um quadro de sepse, as mais comuns que podem evoluir para essa condição são pneumonia, infecções intestinais e infecções urinárias.
A sepse pode afetar qualquer pessoa, porém, o risco é maior em bebês prematuros, crianças abaixo de um ano, idosos acima de 65 anos, pacientes com câncer, AIDS ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo, além de usuários de álcool e drogas, pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas, e pessoas com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, diabetes. Sintomas
Na maioria dos casos, a sepse é resultado de uma infecção adquirida em hospital, por isso os sintomas geralmente ocorrem após um procedimento cirúrgico ou quando o paciente tem outra infecção. No entanto, quando não apresentado em ambiente hospitalar, é fundamental procurar urgentemente atendimento médico ao surgirem os sintomas.
A resposta do organismo à infecção inclui temperaturas baixa ou alta, associadas a um ou mais sintomas, como:
Febre acima de 38ºC;
Vômito;
Pressão arterial baixa;
Dificuldade respiratória;
Fraqueza extrema;
Batimento cardíaco acelerado;
Diminuição da quantidade de urina;
Desmaio ou confusão mental.
Quando não tratada imediatamente, a sepse pode evoluir para choque séptico, uma complicação grave, onde a pressão arterial cai a um nível muito baixo que não responde ao tratamento com soro na veia. Essa condição causa mau funcionamento de órgãos como pulmões, rins, coração e cérebro, que acabam recebendo pouco sangue, levando a uma falência desses órgãos.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é realizado por um médico, que irá avaliar os sintomas físicos do paciente, como temperatura muito alta ou muito baixa, frequência cardíaca e respiratória rápidas. Além disso, ele poderá solicitar exames laboratoriais que ajudem a identificar a causa da infecção e para avaliar diversos parâmetros do sangue, como ácido láctico e o número de plaquetas.
O tratamento deve ser realizado em âmbito hospitalar. Os médicos geralmente não esperam os resultados dos exames para confirmar o diagnóstico, visto que a sepse deve ser tratada imediatamente com o uso de antibióticos.Quando a infecção é causada por fungos ou vírus, o antibiótico é trocado por outros medicamentos mais adequados.
Além disso, o paciente ainda deve fazer reposição de líquidos no organismo por meio de soro diretamente na veia, que ajuda a regular a pressão arterial. Em casos de choque séptico, o paciente deve ser imediatamente internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) para receber o tratamento.