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Os alimentos ultraprocessados fazem cada vez mais parte das refeições das pessoas. Por serem mais práticos no modo de preparo e consumo, esses alimentos estão substituindo as comidas caseiras, realizadas com alimentos mais naturais e nutritivos, e isso tem causado um alerta de preocupação entre órgãos e entidades de saúde.
Os dados do relatório “Alimentos e bebidas ultraprocessados na América Latina: vendas, fontes, perfis de nutrientes e implicações”, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), revelam que as vendas de alimentos e bebidas ultraprocessados cresceram 8,3% entre os anos 2009 e 2014. O documento ainda estimou um aumento de 9,2% entre 2014 a 2019.
O relatório indica que a análise de 250 produtos vendidos em 2014 na América Latina, divididos em 89 categorias, excedem os níveis recomendados de açúcares livres, gordura total, gorduras saturadas ou sódio. De acordo com a Opas, todos os produtos analisados continham quantidades excessivas de, pelo menos, um desses nutrientes críticos. Juntos, 43% do que esses produtos contêm é açúcar.
🍭 O que é um alimento ultraprocessado?
Os ultraprocessados estão entre os alimentos que sofrem um tipo de processamento que interfere no sabor e na qualidade nutricional. Além dos ultraprocessados, fazem parte dessa classificação os alimentos in natura, alimentos minimamente processados e alimentos processados.
Os ultraprocessados, segundo o relatório da Opas, são produtos alimentícios industrializados elaborados a partir de substâncias derivadas dos alimentos ou sintetizadas de outras fontes orgânicas. A maioria desses produtos contém uma quantidade mínima, ou nada, de alimentos inteiros.
Esses alimentos, que possuem modo de preparo rápido e prazo de validade maior, são pobres em nutrientes, contendo alta adição de açúcar, sódio, gorduras, substâncias sintetizadas e conservantes, que dão cor e realçam o sabor. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde, são considerados produtos ultraprocessados os seguintes itens:
Biscoitos, bolos, sorvetes e guloseimas;
Cereais matinais e barras de cereais;
Sopas, macarrão e temperos instantâneos;
Salgadinhos de pacote e batatas chips;
Sucos de caixinha, refrescos e refrigerantes;
Achocolatados, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas;
Bebidas energéticas;
Caldos com sabor de carne, frango ou legumes;
Maionese e outros molhos prontos;
Alimentos congelados e prontos para consumo – massas, pizzas, hambúrgueres, nuggets, salsichas, etc.;
Pães de forma, pães doces e produtos de panificação que possuem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar e outros aditivos químicos.
Além da listagem, para reconhecer esses alimentos, é possível observar os rótulos. Quando há ingredientes irreconhecíveis, estes podem ser os aditivos utilizados no processamento. Vale ressaltar, também, que é importante observar o teor de gorduras, açúcar e sal, que costumam ser altos nesses alimentos. Os alimentos considerados frescos, mas com um longo prazo de validade podem conter conservantes. Além disso, as campanhas publicitárias para esses produtos geralmente chamam muita atenção do público, e costumam ser apelativas para a compra do produto.
🌭 Por que não devo comer ultraprocessados?
Por terem baixa qualidade nutricional, sendo ricos em açúcar, gorduras, sal e aditivos, os alimentos ultraprocessados causam danos para a saúde, aumentando o risco para doenças como as cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, aumento do colesterol e obesidade.
Além disso, segundo Guia Alimentar do Ministério da Saúde, os alimentos ultraprocessados geralmente são muito pobres em fibras, que são essenciais para a prevenção dessas patologias e vários tipos de câncer. Esses alimentos também costumam ser pobres em vitaminas, minerais e outras substâncias essenciais para o organismo.
Outro fator citado no Guia Alimentar que causa danos à saúde está associado ao fato de que esses alimentos podem comprometer os mecanismos que sinalizam a saciedade e controlam o apetite, favorecendo, desse modo, o consumo involuntário de calorias e aumentando o risco de obesidade.
Por isso, opte sempre pelo consumo de alimentos naturais ou minimamente processados, como água, frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, entre outros alimentos ricos em nutrientes.
👉 Para reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, algumas medidas pode ser adotadas como:
Cozinhar com mais frequência: evite comprar comidas prontas, e procure sempre cozinhar em casa, sem usar ingredientes ultraprocessados.
Traçar um plano alimentar: procure um nutricionista para planejar uma dieta que inclua alimentos mais nutritivos, que possam contribuir para uma alimentação mais saudável e balanceada.