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A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal – localizada no cérebro humano. Sua produção ocorre durante a noite, período em que há baixa luminosidade, induzindo ao sono. Esse hormônio tem como principal função manter regulado o ciclo circadiano, também chamado de relógio biológico ou ciclo vigília-sono, que é um mecanismo que ajuda o organismo a se regular entre o dia e a noite.
Apesar de ser produzida naturalmente pelo organismo humano, a melatonina pode ser encontrada em alimentos que estimulam sua produção, como morango, banana, laranja, nozes, cereais, espinafre, tomate, carnes, leite, entre outros. Além disso, o hormônio também pode ser produzido de forma sintética, isto é, encontrado em forma de suplementos ou medicamentos vendidos em cápsulas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a melatonina é comercializada livremente como suplemento alimentar, com a finalidade de auxiliar no sono.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da melatonina em forma de suplementos alimentares. De acordo com o órgão regulador, a substância, que poderá ser vendida sem receita, deve ser destinada exclusivamente a pessoas com idade igual ou superior a 19 anos e para o consumo diário máximo de 0,21 mg.
Anteriormente, no Brasil, com a falta de evidências científicas sobre a sua eficácia e benefícios, o hormônio era disponibilizado somente em farmácias de manipulação, sendo necessária a apresentação de receita médica. Atendendo o interesse dos consumidores e do setor produtivo em produtos contendo a substância, a Anvisa aponta que avaliou a segurança e a eficácia da melatonina como constituinte de suplemento alimentar.
Considerando análises de estudos disponíveis, que a substância pode ser encontrada em alimentos e ter funções metabólicas bem caracterizadas, a Anvisa decidiu que a melatonina atende a definição de substância bioativa, que consiste em nutriente ou não nutriente consumido normalmente como componente de um alimento, possuindo ação metabólica ou fisiológica específica no organismo humano. A norma está determinada no artigo 3º da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 243/18, que dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares.
Possíveis benefícios
Alguns estudos comprovam que a melatonina pode ajudar pacientes que sofrem com distúrbios do sono, como a insônia e a fragmentação do sono. Desse modo, a substância é capaz de melhorar a qualidade do sono, o que contribui para inúmeros benefícios à saúde.
Enquanto dormimos, o organismo exerce funções restauradoras como reparo dos tecidos, tratamento do sistema imunológico, reposição das energias, síntese de proteínas e crescimento muscular. Ter uma boa noite de sono também pode contribuir para a prevenção da obesidade, controle do diabetes, combate a hipertensão e doenças cardiovasculares, entre outros benefícios.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sbem), a melatonina também pode ser usada como um coadjuvante terapêutico em doenças como o autismo, síndrome de déficit de atenção e hiperatividade, além de outras condições que possam causar distúrbios do sono. Além disso, a Sbem aponta que o hormônio auxilia na regulação do metabolismo energético.
Contraindicação
Segundo a Anvisa, os suplementos de melatonina não devem ser consumidos por gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante. Para pessoas com enfermidades ou que usem medicamentos, será necessário consultar um médico antes de consumir o produto.