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Você sabia que um único doador de sangue pode salvar até quatro vidas?
A doação de sangue é um ato de solidariedade e amor ao próximo. Esse gesto ajuda milhares de pessoas que se submetem a tratamentos e intervenções médicas, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias. Além disso, as doações também são essenciais aos pacientes com doenças crônicas graves, como a Doença Falciforme, que necessitam de doações para viver com mais qualidade de vida.
De acordo com a OMS, a necessidade de sangue é uma questão universal, no entanto, o acesso ao sangue para todos aqueles que precisam, não é. A escassez de sangue é particularmente preocupante nos países em desenvolvimento. A OMS aponta que aproximadamente 118,4 milhões de doações de sangue são coletadas em todo o mundo. Desse total, 40% são coletados em países de alta renda, onde vivem 16% da população mundial.
Para a OMS, há uma diferença significativa no nível de acesso ao sangue entre os países de baixa e alta renda. Considerando amostras de 1000 pessoas, a taxa de doação de sangue em países de alta renda é de 31,5 doações; de 15,9 doações em países de renda média alta; de 6,8 doações em países de renda média baixa; e 5,0 doações em países de baixa renda.
Doação de sangue no Brasil
Em decorrência da pandemia, em 2020, o Ministério da Saúde informou que o registro de doações de sangue caiu cerca de 10%. De acordo com a pasta, foram 2,9 milhões de doações realizadas no ano passado. No entanto, apesar da redução, não houve desabastecimento de sangue no Brasil.
O Brasil possui 107 hemocentros distribuídos em todo o país, e através do Plano Nacional de Contingência do Sangue, o Ministério da Saúde realizou o remanejamento de bolsas entre os estados para que não houvesse escassez nos hemocentros. Foram remanejadas, no ano passado, 2.481 bolsas de concentrado de hemácias entre os hemocentros coordenadores estaduais. Neste ano, até maio, foram 185 bolsas. Segundo o Ministério, 16 a cada mil brasileiros são doadores de sangue, o que representa um percentual de 1,6% da população do país, estando dentro dos parâmetros preconizados pela OMS, que é de pelo menos 1%. Porém, ainda é necessário que mais pessoas sejam doadoras, para manter os estoques de sangue sempre cheios.
Diante do atual contexto pandêmico, o Ministério da Saúde ressalta que os hemocentros estão preparados para receber doadores com total segurança. Inúmeras medidas de prevenção contra a Covid-19 estão sendo adotadas, como o agendamento prévio de doação para evitar aglomerações e higienização do ambiente.
Como doar sangue
Para ser doador de sangue, é necessário a pessoa ter entre 16 e 69 anos de idade, pesando acima de 50kg. Ao realizar a doação, é necessário apresentar documento oficial com foto, para menores de 18 anos só é permitida a doação com a autorização formal dos responsáveis.
Doar sangue é um processo simples, rápido e totalmente seguro, que dura em média 30 minutos. Além do mais, não apresenta nenhum tipo de risco para o doador, uma vez que os materiais utilizados na coleta são descartáveis, ou seja, nenhum é reutilizado, evitando possíveis contaminações.
Os demais requisitos básicos necessários para doar sangue são:
Estar com a saúde em dia;
Estar bem alimentado. O ideal é realizar uma alimentação saudável e evitar alimentos gordurosos 3 a 4 horas antes de realizar a doação;
Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
Manter-se hidratado;
Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação e nem ter fumado nas 2 horas anteriores.
Para as pessoas com idade entre 60 e 69 anos, a doação só poderá ocorrer se estes já tiverem feito alguma doação antes dos 60 anos. A frequência de doações de sangue para os homens é de quatro vezes ao ano, com intervalo mínimo de dois meses entre uma doação e outra; as mulheres podem realizar três doações anuais, com intervalo de três meses.
Quando não é possível doar sangue?
Existem alguns fatores que podem impedir um indivíduo de doar temporariamente, entre eles:
Gripes e resfriados comuns, necessário aguardar 7 dias após o surgimento dos sintomas;
Infecção pelo novo coronavírus (Covid-19), aguardar pelo menos 30 dias após confirmação de cura;
Período gestacional;
Pós-gravidez, sendo 90 dias para parto normal e 180 para cesariana;
Amamentação, necessário aguardar 12 meses após o parto;
Ingestão de bebida alcoólica requer aguardar 12 horas que antecedem a doação;
Realização de tatuagem e/ou colocação de piercing nos últimos 12 meses – piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação;
Extração dentária, aguardar 72 horas;
Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes, necessário 3 meses;
Herpes labial, genital ou ocular, enquanto durar os sintimas;
Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia, aguardar 6 meses;
Transfusão de sangue, necessário aguardar um ano;
Vacinação, o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
Exames ou procedimentos com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses;
Exposição de risco para infecções sexualmente transmissíveis, necessário aguardar 12 meses após a exposição.
Quem não pode definitivamente doar?
Doações de sangue não podem ser realizadas por pessoas que já passaram por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade; portadores de doenças transmissíveis pelo sangue, como Hepatites B e C, vírus HIV, doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas; uso de drogas ilícitas injetáveis; e malária.
Para saber o hemocentro mais próximo de você, acesse aqui a lista disponibilizada pelo Ministério da Saúde.
Dia Mundial do Doador de Sangue
O Dia Mundial do Doador de Sangue visa homenagear todos os indivíduos que são doadores de sangue, além de conscientizar e incentivar a população não-doadora sobre a importância de doar sangue, um ato que pode salvar milhares de vidas. A data, celebrada anualmente no dia 14 de junho, foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e homenageia o nascimento do imunologista austríaco Karl Landsteiner, nascido em 14 de junho de 1868, que descobriu o fator Rh e as diferenças entre os diversos tipos sanguíneos.
Este ano, a campanha da OMS tem como lema a frase “Doe sangue e mantenha o mundo batendo”. Segundo a Organização, a mensagem tem como objetivo destacar a contribuição dos doadores de sangue para manter o pulsar do mundo, além de reforçar o apelo para que mais pessoas em todo o mundo doem sangue com regularidade, contribuindo, assim, para a saúde de todos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil